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Biologia Subterrânea

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Caatinga: subsídios para definição de áreas prioritárias para a conservação

Ecologia e Conservação de cavernas da Caatinga Brasileira: subsídios para definição de áreas prioritárias para a conservação.

O conhecimento da biota cavernícola na Caatinga ainda é incipiente. Estudos de identificação dos grupos e características ecológicas das cavernas são primordiais para o planejamento de ações de conservação de cavernas na Caatinga. Este projeto teve como objetivo geral estabelecer um diagnóstico das comunidades cavernícolas do bioma Caatinga e as principais ameaças incidentes às cavernas, subsidiando propostas de ações para a conservação destes ambientes. Coletas de invertebrados foram realizadas a partir de buscas minuciosas por toda extensão das cavidades. Os impactos sobre a biota cavernícola foram avaliados a partir da estrutura das comunidades existentes em cada cavidade bem como das características ambientais e tróficas destas. Usos e alterações ambientais nas cavernas e entorno foram qualificados com base em fichas preenchidas durante as visitas e indicaram o estado de conservação do interior e exterior de cada cavidade. Foram amostradas 64 cavidades nos estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Observou-se 943 morfoespécies de invertebrados de pelo menos 152 famílias, sendo, ao menos, 102 espécies troglomórficas, observadas em 30 cavernas. Dentre as espécies troglomórficas, pelo menos 95 compreendem novos taxa. Os usos mais freqüentes foram a visitação espeleológica (70% das cavidades) e a turística (33% das cavidades). Os impactos mais freqüentes estão associados diretamente aos usos, sendo o pisoteio e compactação do solo (42%) e o lixo (24), os mais freqüentes. Foram observados graus de impacto extremos em 7 cavidades, alto em 8 cavidades, médio em 8 cavidades e baixo em 42 cavidades. Ao todo, 7 cavidades foram identificadas com extremamente vulneráveis, enquanto 33 cavidades estão altamente vulneráveis, 21 cavidades foram identificadas como de média vulnerabilidade e apenas 4 cavidades apresentaram baixa vulnerabilidade. Foram definidos quatro ?hotspots? de biodiversidade subterrânea na Caatinga, a saber: região de Felipe Guerra (RN), região de Campo Formoso (BA), região da chapada Diamantina (BA) e região de Carinhanha e Iuiú (BA). Estas áreas são prioritárias para a conservação da biota subterrânea na caatinga e devem ser emergencialmente preservadas. Com relação à microbiota, verificou-se a presença de pelo menos cinco gêneros de bactérias (grupo Corynebacterium, Mycobacterium, Nocardia e Rhodococcus; gênero Bacillus; gênero Lactobacillus; gênero Staphylococcus e gênero Micrococcus) e 53 espécies de fungos pertencentes aos gêneros Aspergillus, Chaetomium, Cladosporium, Emericella, Eupenicillium, Eurotium, Fusarium, Paecilomyces e Penicillium. Alguns isolados de fungos apresentaram síntese enzimática, e foram ainda descobertas e descritas duas espécies do gênero Aspergillus.

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