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Biologia Subterrânea

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Capacidade natatória de peixes hipógeos e epígeos

Capacidade natatória de peixes hipógeos e epígeos: aspectos ecológicos e evolutivos.

Neste estudo foram testadas e comparadas as capacidades natatórias de oito espécies de peixes do grupo dos caracídeos (piabas) e dos siluriformes (bagres), provenientes de ambientes com diferentes características hidráulicas como rios epígeo e subterrâneo (lótico), lagoa (lêntico) e meio freático (lêntico). Foram analisadas cinco espécies de Characidae: Stygichthys typhlops (de lençol freático e troglóbia), Piabina argentea e Bryconamericus stramineus (rio), Hemigrammus marginatus (rio/lagoa) e Pselogrammus kennedyi (lagoa). Dentre os Siluriformes foram testadas: Trichomycterus itacarambiensis (rio subterrâneo e troglóbio), Trichomycterus brasiliensis (rio) e Ituglanis sp (rio subterrâneo). Os testes de velocidades foram realizados utilizando a metodologia proposta por Santos (2007) em um aparato hidráulico semelhante ao idealizado por Brett (1964). O tipo de velocidade utilizada nos testes foi a crítica (a máxima velocidade que o peixe poderia manter num determinado tempo), e para efeitos comparativos, esta foi fornecida em comprimentos por segundos. Neste aparato, os peixes foram forçados a nadar contra um fluxo com incrementos progressivos de velocidades e tempos predeterminados. A variável comprimento corpóreo total (CT) foi a que apresentou maior poder explicativo da velocidade para todas as espécies de piabas analisadas, e para os bagres, esta foi relacionada apenas à T. itacarambiensis. As velocidades críticas obtidas pelas espécies de piabas, em comprimentos por segundos, foram significativamente diferentes entre si e entre P. kennedyi e S. typhlops. Para os bagres, as velocidades foram significativamente diferentes entre T. brasiliensis e Ituglanis sp. Verificou-se que ambas as espécies troglóbias apresentaram uma redução nas variações de velocidades, quando comparadas às demais espécies epígeas. Esta tendência observada, onde as velocidades se concentraram em torno do valor médio sugere que uma seleção estabilizadora esteja atuando sobre cada população, reduzindo os valores extremos de velocidade, embora este aspecto não tenha sido testado no presente trabalho.

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